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Eu e a Esclerose Múltipla

By Juliana Pinto - junho 05, 2018


Olá malta. 🙂
Este vai ser o primeiro post sobre mim. 🤞
Vou falar sobre a doença, porque posso futuramente ajudar alguém, e porque há pessoas que desconhecem.

No dia 13-11-2016 tive o meu primeiro surto, de manhã acordei com o lado direito do corpo dormente, sensibilidade e temperatura alterada, pensei que podia ter dormido mal, não dei importância, e nesse mesmo dia apesar de estar com esta sensação esquisita fui passear com a família até ao porto. No dia a seguir levantei para trabalhar mas quando vesti a camisola o meu braço do lado direito parecia lume, aí sim, pensei "Isto não é normal", resolvi ir às urgências, pulseira amarela, fiz análises e um TAC, e estive horas à espera de uma resposta, quando fui chamada, fui para a Medicina Interna, receei o pior pois é a ala mais grave do hospital.
Fizeram os testes de sensibilidade, de picar, da temperatura, pensei "Meu deus sou tão nova, mas será que tive um AVC?". A médica disse que tinha de ficar internada, (era 00:00 +/-), para realizar mais exames mas que ainda não tinha um diagnóstico conclusivo. Foi a primeira vez que fiquei num hospital, e como não havia quartos fiquei no corredor. Na manhã seguinte acordei e tinha um cartaz grande com as letras AVC, sim vieram as lágrimas ao olhos, mas tentei não pensar mais no assunto.
Fiz uma ressonância à cabeça ao qual me disseram que estava tudo normal, os sintomas estavam a desaparecer. E deram alta, mas com consulta marcada já para meio ano, para controlo.
Alguns meses depois voltei a ter sintomas, ao qual fiz o exame punção lombar, foi detectado alguma inflamação, mas sem diagnóstico conclusivo.
No mês de Novembro de 2017, voltaram os sintomas dormência nos pés, voltei a contactar o Dr. João (saliente que foi sempre espectacular nunca desistiu de mim), e marcaram-me novas ressonâncias, à cabeça, à cervical e à lombar, com contraste.
No dia 28 de Novembro foi quando recebi o diagnóstico, Esclerose Múltipla, na hora fiquei aliviada, porque pensava que podia ser cancro (como a minha tia), e porque os queixumes afinal tinham uma explicação. Conhecia o nome mas não sabia tudo sobre a doença. Foi um choque claro, mas levei tudo com calma. Percebi que os sintomas vinham depois de uma "crise" de nervos, graças ao trabalho, mas hoje tento ao máximo não me enervar, e aconselho todas as pessoas a fazer o mesmo, porque o stress não é bom para nós.
Tive consulta no dia a seguir com a Dr. Carla, a doutora que agora me acompanha, com a sua Equipa Enf. Arlete e Enf. Adelaide, que são espectaculares.
Falou comigo e com a minha mãe explicou tudo, e disse-me uma coisa que nunca me esqueci, normalmente quando nos acontece algo perguntamos "Porquê a mim?", e a Drª. disse que devíamos perguntar "Porque não a mim?".
Hoje tomo a medicação (injecções), porque não me adaptei aos comprimidos (estômago fraco). A medicação serve para "modificar" ou retardar a evolução da doença, e tentar que ela faça o menos "estragos" possíveis, pois a esclerose múltipla não tem cura. 
Estou bem, não tenho sequelas, tirando a sensibilidade que nunca ficou 100% normal, mas é mínima, tive a sorte de ter o diagnóstico cedo.
Nesta doença quanto mais cedo é detectada melhor.
Mas como costumo dizer tento não pensar muito nisso, e vou viver um dia de cada vez. 💪
Num post seguinte irei "explicar" a Esclerose Múltipla.

A minha entrevista, e dos amigos sobre doença, aqui.

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8 comentários

  1. Mulher de coragem! Nem sei o que dizer, acreditas? Só desejo que tudo te corra pelo melhor e sejas muito muito feliz!

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  2. Fico contente por saber que lidaste com isso da melhor forma.
    Só por isso, vou seguir-te, para estar atenta ao que nos contas.

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    1. Lidei melhor que a família, é verdade, mas tem de ser, não podemos ser negativos.
      Não sei o que a vida me reserva, mas só tenho de me manter em pé, como qq pessoa.
      Obrigada :)

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  3. Acredito que seja extremamente aflitivo passar por toda essa situação e ir para casa sem um diagnóstico conclusivo, até porque ficamos sempre a pensar em mil cenários possíveis. Ainda bem que detetaram cedo, assim também puderam intervir com outro cuidado.
    Já tinha ouvido falar desta doença, mas confesso que também não sabia muita coisa sobre ela.

    r: Confesso que na relva também já não me lembro de o fazer :)

    Só ouço maravilhas sobre esses filmes. Mas nem quero imaginar quando vir o Wonder, por exemplo, porque só de ver o trailer vieram-me as lágrimas aos olhos

    Exato, demonstra bem que o interesse dessas pessoas ao seguir não é genuíno :/

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    1. Num próximo post irei falar sobre o que é a doença. :)

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  4. Obrigada pelo teu relato, li cada palavra com a maior atenção :)
    Eu fico a aguardar pelo teu próximo post pois eu também conheço pouco sobre a doença e ser explicado por alguém que a vive ainda melhor.
    Beijinhoos

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    1. Obrigada :)
      Num próximo post irei explicar, o que é a doença :)
      Beijinhos e obrigada pela visita.

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